quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Fotografia e comentários- Dialéctica no Céu

O céu é um imenso enigma para mim.
As nuvens na sua mutação constante, cheias de enredos de contos de fadas e fados, no modo como se desfazem e se refazem, e se voltam a desfazer, sempre a caminho, sempre voando, deixando em diversos fundos de azul, brancos, cinzentos... mensagens e estímulos para o imaginário.

Houve uma altura que esta minha atracção pelo ecran gigante que é o céu começou a tornar-se perigoso: conduzir com os olhos presos no céu não tem graça nenhuma!? Comecei a parar para olhar. Mas depois ficava ali, feita tola, boquiaberta em frente às nuvens sem dar pelo tempo passar e começou a criar-me problemas com os meus afazeres. Agora tiro mesmo tempo para me deixar estar, só a olhar para os episódios do céu.


Mas, o céu é outro pólo de interesse bastante recheado.
E ainda por cima basta puxar o zoom para termos logo outra imagem:




E depois, basta esperar um bocadinho e tudo muda de figura, muitas vezes, até os papéis se invertem, né?





E depois são estas coisas que me fazem apetecer conversar com Heraclito, com Parménides (para contrabalançar, para equilibrar, para completar...) e com Zenão.

Não tenho tempo para ir agora vasculhar nos livros a esse respeito mas dou comigo a desfolhar conceitos, perspectivas, noções, que também são deles e me estão gravadas no ser.

Bem, quando se tem um céu assim, para quê matar os olhos (encharcar, moldar, viciar... o órgão da visão e do olhar) com televisões?

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