Houve uma altura da minha vida em que a chuva me chamava, sempre que a chuva batia na janela, ouvia-a, não resistia e ia ter com ela para a rua.
Não uso guarda-chuva. Não gosto. Atrapalha-me. Não sei lá muito bem o que hei-de fazer com aquele objecto estranho.
Um dia comecei a reparar que a chuva nos vidros dá outros contornos aos objectos que estão do outro lado das janelas, e que, sobretudo nos dá outra dimensão, outra imagem deles. apresenta-nos nesses mesmos objectos, outro tipo de atractivos.
Passei a registar também momentos deste género.
Inicialmente, era o que surgia. Depois passei a ir mesmo à procura de imagens, de motivos, experimentando, com várias intensidades de chuva, limpo o vidro do carro, deixo pousar a chuva e vou observando e registando... Nas janelas de casa, noutros locais...
a chuva ainda me chama e ainda vou ter com ela para a rua, muitas vezes. Outras, fico dentro do carro ou dentro de casa à janela e converso com ela na mesma.
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