Espectáculo de Viviane em Tavira
A artista sente que um caminho está de novo a começar.
A artista sente que um caminho está de novo a começar.
O Cine-Teatro António Pinheiro, repleto de público, recebeu Viviane no passado sábado. A leveza da sua voz quente foi enchendo a sala, aconchegando os corações dos tavirenses que há muito esperavam ouvi-la, ao vivo, na terra onde ela sempre foi querida e desejada. Os aplausos iam aumentando a cada canção, como se todos nós fossemos embalados pelos encantos daquela voz sedutoramente hipnótica transmitindo imagens simples e fortes de quotidianos que a todos nós nos tocam. Esta Viviane, mais madura e a solo, vem cumprir as promessas que acalentámos nos anos 80 quando a ouvíamos, ainda quase menina, já com a voz misturada aos acordes da viola do Tó Viegas, sempre cantando, pelas esquinas da vida.
Começou a ser conhecida pelo grande público em 1990 quando os “Entre Aspas” ganham o terceiro lugar no concurso de música moderna da Câmara Municipal de Lisboa e assinam um contrato com a multinacional BMG. Em 93 a voz de Viviane tornou-se um lugar comum com “Voltas” e “A criatura da noite”. A partir de 95 “O Perfume” de Viviane andava no ar enchendo os ambientes. Destaques de trabalhos que marcam a música pop portuguesa. Outros trabalhos se seguiram. Na viragem do século tinham regressado ao formato acústico, sempre trabalhando aqui e ali, em colaboração com outros artistas de tendências várias. Em 2005 o grupo “Entre Aspas “ extingue-se e Viviane inicia uma carreira a solo, sempre em parceria com Tó Viegas. Nestes dois últimos trabalhos “Amores Imperfeitos” e “Viviane” há um aproveitamento mais assumido da diversidade e adaptabilidade da sua voz .
De Viviane, já todos conhecemos a marca pessoal que coloca em tudo aquilo que faz por muito dispares que os trabalhos sejam. Temas diferentes, adaptações diversas a outros níveis e embalos do som, fizeram com que obtivesse um conhecimento mais pleno das suas capacidades e, com a sua honestidade e descontracção costumeiras, tivesse descoberto o caminho mais próximo e mais adequado para o uso das suas potencialidades como cantora e como música e para manter a sua originalidade.
A atitude simples e descontraída com que assume todos os papéis que lhe são colocados diante do próximo passo. A mulher que se entrega, sempre a mesma, perante a multiplicidade. E…Viviane não se perde, mesmo quando canta, conduzindo-nos a emoções tenras… que nos transportam … no seu… “A vida não chega”... Nem quando se transforma na mulher outra, a valente que se abre numa faceta diferente da sua feminilidade, o seu “tanguear” com momentos de voz que nos revelam a sua “latinidade” misturada e em gestos onde a catraia e a mulher consciente se misturam numa expressividade peculiar e única que a definem a ela e só a ela mesmo, Viviane, quando nos canta “Coração despido”. Nem quando assume a lusitana que também percorreu a noite lisboeta e assimilou uma vertente da tradição conduzida para outras formas de vivenciar, uma interpretação da sensação do fado, em “Amores Imperfeitos” ou em “Meu Coração Abandonado” e aí a temos de novo, ela mesma. Muito diferente da Viviane que nos encantou nos anos 90 com “Voltas”, e que, agaiatada menina nos cantava “…uma flor, uma pequena flor, que eu colhi, a pensar em ti…” mas ela continua a ser a mesma na sua autenticidade. Agora, mulher poema que mistura a vida com a balada, chegou a um patamar da sua maturidade e sente que um caminho está de novo a começar.
A atitude simples e descontraída com que assume todos os papéis que lhe são colocados diante do próximo passo. A mulher que se entrega, sempre a mesma, perante a multiplicidade. E…Viviane não se perde, mesmo quando canta, conduzindo-nos a emoções tenras… que nos transportam … no seu… “A vida não chega”... Nem quando se transforma na mulher outra, a valente que se abre numa faceta diferente da sua feminilidade, o seu “tanguear” com momentos de voz que nos revelam a sua “latinidade” misturada e em gestos onde a catraia e a mulher consciente se misturam numa expressividade peculiar e única que a definem a ela e só a ela mesmo, Viviane, quando nos canta “Coração despido”. Nem quando assume a lusitana que também percorreu a noite lisboeta e assimilou uma vertente da tradição conduzida para outras formas de vivenciar, uma interpretação da sensação do fado, em “Amores Imperfeitos” ou em “Meu Coração Abandonado” e aí a temos de novo, ela mesma. Muito diferente da Viviane que nos encantou nos anos 90 com “Voltas”, e que, agaiatada menina nos cantava “…uma flor, uma pequena flor, que eu colhi, a pensar em ti…” mas ela continua a ser a mesma na sua autenticidade. Agora, mulher poema que mistura a vida com a balada, chegou a um patamar da sua maturidade e sente que um caminho está de novo a começar.
Neste espectáculo com que Viviane e os músicos que a acompanharam, Chico Santos no contrabaixo, Helena Mendes no acordeão, Rui Freire na bateria e Tó Viegas na viola e na guitarra portuguesa, nos ofertaram em Tavira podemos ser embalados por temas destes dois últimos álbuns como “Coração Abandonado”, “A vida não chega”, “Estes dias sem ti” entre outros e temas que fazem parte de outros trabalhos como “Formiga Bossa Nova” e “Alma Danada”.
No final Viviane agradeceu a todos os presentes, mostrando que vir a Tavira é para ela sempre especial e agradeceu à Câmara Municipal de Tavira, na pessoa de Macário Correia que estava presente, pelo apoio dado para que este espectáculo pudesse acontecer e por apoiar a música portuguesa.
“Por muitos e diversos motivos, estou muito emocionada hoje”, conta Viviane ao POSTAL DO ALGARVE, “a nível pessoal foi um bocado estranho mas foi muito bom ter conseguido pisar este palco e ter conseguido dar o meu melhor às pessoas. Dei o meu melhor. Hoje de manhã não acreditava que ia estar aqui. Já tomei injecções de penicilina porque estou com uma amigdalite.”
E… ao virar costas, salta-me do ouvido do coração a voz de Viviane : … “tenho tanto por dizer…tanto por te contar… que a vida não chega…”
No final Viviane agradeceu a todos os presentes, mostrando que vir a Tavira é para ela sempre especial e agradeceu à Câmara Municipal de Tavira, na pessoa de Macário Correia que estava presente, pelo apoio dado para que este espectáculo pudesse acontecer e por apoiar a música portuguesa.
“Por muitos e diversos motivos, estou muito emocionada hoje”, conta Viviane ao POSTAL DO ALGARVE, “a nível pessoal foi um bocado estranho mas foi muito bom ter conseguido pisar este palco e ter conseguido dar o meu melhor às pessoas. Dei o meu melhor. Hoje de manhã não acreditava que ia estar aqui. Já tomei injecções de penicilina porque estou com uma amigdalite.”
E… ao virar costas, salta-me do ouvido do coração a voz de Viviane : … “tenho tanto por dizer…tanto por te contar… que a vida não chega…”
Paula Ferro
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